domingo, 26 de setembro de 2010

Prefeitura desiste de muros e construirá caminhos para separar favelas da floresta no Leme

Motivo de muitas críticas de moradores, a ideia de cercar com muro as favelas do Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Leme, está descartada. Em vez de muro, para preservar o verde, a Prefeitura do Rio vai implantar o que denomina de beco-limite, um caminho em volta das duas comunidades, que vai separar a mata das casas. Será um marco físico, a partir do qual ficará proibido construir. E a fiscalização será feita pelos engenheiros e arquitetos que vão trabalhar no Posto de Orientação Urbanística e Social (Pouso) que funcionará dentro das favelas.


O secretário municipal de Habitação, Pierre Batista, anuncia para segunda-feira (dia 27/09) a publicação do aviso do edital de licitação das obras de urbanização das comunidades do Leme, que começarão em dois meses, custarão R$ 39,5 milhões e serão executadas em 18 meses.

Além da beco-via e de reflorestamento, o projeto Morar Carioca (sucessor do Favela Bairro) para as duas favelas prevê a implantação de uma motovia (pista para motos, bicicletas e tratores de coleta de lixo), de redes de água, esgoto e drenagem, e de nova iluminação.


O beco-limite terá entre 1,5 e dois quilômetros, ao redor do Chapéu Mangueira e da Babilônia, onde moram 3.500 pessoas, em mil domicílios. Segundo Pierre, apenas em trechos íngreme será colocado guarda-corpo cinza, para evitar acidentes.

Será uma rua de pedestres. De um lado, o verde. Do outro, as construções. As pessoas vão poder andar por ali, com a mata ao fundo. Atenderemos também o turista - explica o secretário de Habitação.


Pessoalmente, esta solução me pareceu boa, para permirtir uma maior mobilidade dentro das próprias favelas, criando um espaço definido para as pessoas andarem a pé, de bicicleta ou de moto, rodeado por uma área verde. Ainda mais com a possibilidade da Prefeitura prestar o mínimo de serviços públicos como coleta de lixo, iluminção pública, rede de água e de esgoto. Agora vamos ver se a área verde vai mesmo ser preservada. Acredito que um trabalho de educação ambiental com as comunidades envolvidas seria válido também.

Fonte da reportagem: O Globo, 25/09/2010, por Selma Schmidt.

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