quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Participantes do FSM escolhem complexo do Rio Madeira como alvo de campanhas internacionais

Quando interferimos no meio ambiente no país em que vivemos não fazemos idéia da repercussão que tal atitude tomará.Precissmos conscientizar a todos que não mais apenas os "ecochatos" e "biodesagradaveis" (como são chamados os ambientalistas) se preocupam com essa questão. O mundo inteiro está criando cada vez mais a chamada consciencia verde.

Prova disso foi o fato ocorrido no Forum Social Mundial, onde cerca de 400 pessoas e organizações de vários países assinaram e promoveram o Manifesto sobre o Complexo do Rio Madeira (RO). Com a campanha, os organizadores atingiram o objetivo, dentro do FSM, de dar maior visibilidade internacional à causa do Madeira.


RIO MADEIRA - COMPLEXO JIRAU E SANTO ANOTNIO

O manifesto critica a forma como foram realizados os estudos ambientais para a implantação das usinas de Jirau e Santo Antonio, caracterizada pela "falta de compromisso dos empreendedores com um processo participativo e transparente, pelas irregularidades na concessão das licenças ambientais", assim como cita os riscos que essas obras vão trazer ao meio ambiente e população: aumento de contaminação por mercúrio, perda da qualidade da água, disseminação dos focos de malária, perda de biodiversidade, entre outros.

"Considerando o precedente extremamente perigoso que o Complexo do Madeira representa para viabilizar a IIRSA (Iniciativa para Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana) e a dimensão global dos problemas que traz, ele deverá ser prioridade de campanha das organizações assinantes nos próximos anos nos respectivos países e áreas de atuação,"diz o documento.

Entre os que assinaram o manifesto, estão o bispo prelado do Xingu (PA), Dom Erwin Kräutler, que há anos trabalha na defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. Entra as principais organizações que participaram do manifesto estão a articulação de organizações BanckTrack, a Arci e a rede Oxfam.

Complexo - O rio Madeira é o maior afluente do rio Amazonas e um dos mais importantes da região amazônica. Em Rondônia, estão em fase de licenciamento duas usinas hidrelétricas, chamadas de Santo Antônio e Jirau, que juntas pretendem gerar cerca da metade da energia da usina hidrelétrica de Itaipu.

A construção das hidrelétricas sofre forte pressão por parte de movimentos sociais e ambientalistas, devido aos impactos que o empreendimento pode causar ao meio ambiente, às comunidades locais e aos povos indígenas. Apesar disso, o governo já licitou a construção das usinas, alegando ser a única saída para conter um racionamento de energia a partir de 2012. (Fonte: Amazônia.org)

Além do que foi narrado acima, importante frisar que além da atenção mundial voltada para o caso do Madeira, os complexos Jirau e Santo Antonio estão também sendo vigiados pelos órgãos ambientais. O complexo foi multado em R$475 mil por suprimir sem autorização 18,65ha de floresta nativaem APP. Maiores informações sobre essa notícia: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=43615

Vale uma dica: cuidado Brasil!!Daqui a pouco aquilo que temos em abundancia nos será tomado!!

5 comentários:

Samuel disse...

Acho fácil falar sem conhecer muito.
Eu estive prestando consultoria para a construtora da Hidrelétrica Jirau e eles tem um extremo cuidado por exemplo com a questão da Malária.
Antes Hidrelétricas que Termos movidas a carvão...
Mas de fato os estudos ambientais devem ser bem feitos. Esta é a tônica daqui pra frente e falo isso para todos os meus clientes...

Anônimo disse...

Desculpa sam, mas acho que voce se equivoca...
O EIA realizado para a construcao das barragens irrelevou a maior parte dos desastres ambientais (ja no inicio da construcao milhares de peixes morreram), milhares de pessoas serao expulsas de suas terras sem perspectivas de adquirir novas, sem falar nas alternativas sustentáveis propostas pela sociedade civil ignoradas pelo governo...
Hidrelétricas sao do passado, nao sao alternativas de producao de energia mas lucro facil para as construtoras!!

Samuel disse...

Porque eu me equivoco?
Eu não falei que o EIA foi bem feito, eu inclusive concordei que os estudos devem ser encarados de outra forma e serem bem feitos porque do contrário, todo projeto, não apenas hidrelétricas, serão questionados.
apenas disse que a questão da malária, eu vi, eu estive lá e é uma preocupação. veja bem que nem estou dizendo que será uma fator controlado durante a obra...
e anônimo, quais são as alternativas "sustentáveis" propostas que foram ignoradas? gostaria de conhecê-las um pouco mais.

Não entendo quando você fala que o EIA irrelevou os desastres ambientais e correlaciona com a morte dos peixes. Primeiro um EIA não fala em desastres ambientais e sim deve avaliar os possíveis impactos de um projeto.
Apenas para esclarecer a questão, na construção de uma hidrelétrica são construídas ensecadeiras, que são diques para secar o rio onde a hidrelétrica será construída, Nesta construção formam-se lagos. de onde é preciso resgatar os peixes e devolve-los ao curso normal do rio. Neste trabalho, 59 toneladas de peixe foram devolvidas ao rio em 70 dias de trabalho e cinco toneladas de peixes morreram. Em que pesem, o contraditório e a ampla defesa consagrados na Constituição Federal e a multa administrativa aplicada pelo IBAMA no valor de aproximadamente 8 milhoes de reais, o consorcio empreendedor alega que a mudança de temperatura brusca em dois dias levou à morte dos peixes. Já na imprensa se fala que os procedimentos de translocação dos peixes não foram bem EXECUTADOS.
De qualquer forma as investigações ainda serão finalizadas.
Veja bem não estou dizendo que o EIA e demais estudos foram bem executados. Inclusive a ONG Amigos da Amazonia lista uma série de problemas neste documento (nenhum relacionado à translocação das espécies). O relatório está disponível em:
http://www.internationalrivers.org/files/Estudos%20n%C3%A3o-confi%C3%A1veis.pdf
Eu acho que são as regras do jogo, nada mais...

P.S> para ficar bem claro, não estou defendendo nada, nem ninguém e comento apenas pelo amor ao debate.

Bárbara Moreno disse...

Acho que em qualquer alternativa de produção de enregia é bastante degradadora. Não existe ainda alguma alternativa dessas que seja 100% segura ou ecologicamente correta.
O que temos que pensar é que infelizmente o mundo é movido por recursos naturais: petroleo, água, madeira, ar...
A questão deve passar sim por um ponto diferente, permeando outra seara de dicussão: como é vista a relação homem-natureza.
Antes da década de 60 e da proliferação das idéias hippies como o flower power existia no ocidente a cultura de que a natureza está a serviço do homem. Isso contribuiu e muito para a devastação do meio ambiente, pois a sociedade não se preocupava em cuidar e apenas em consumir, pois afinal de contas "os recursos naturais estão ai para serem usados, a água ém um bem infinito, não existem problemas climáticos e etc. A questão é que mal sabia o homem, embora Darwin há mto já tivesse falado sobre o assunto, que o que não é cuidado hoje é extinto amanhã. Esse inclusive é um dos pilares do desenvolvimento sustentável: cuidar agora para que as gerações futuras também possam usufruir.
A consciencia relação homem-natureza começou a aparecer com força no inicio da dácada de 70, na convenção de montreal sobre o meio ambiente, quando se falou sério sobre desenvolvimento sustentável, o que inclusive foi o pontapé inicial para a discussão pesada sobre o assunto que houve na Eco-92.A natureza NÃO está a nossa disposição, nós é quem devemos nos adaptar e adpatar nossas necessidades ao que ela pode oferecer.
Mais uma vez caimos no desenvolvimento sustentavel.
Não adianta parar de construir hidrelétricas, não usar termos a carvão, não se falar em extração de petróleo e outras tantas atividades altamente degradadoras. Não podemos "barrar" o crescimento social mundial. Podemos sim adequar o uso e levar a sério a questão da preservação e do desenvolvimento sustentável. Desde pequena ouço meu pai dizendo que sabendo usar, não vai faltar.
Acho que é mais ou menos isso ai.

Sílvio disse...

Prezado Sam
Respeito a sua opinião porem,
Consulte:
“Ten Technologies Save The Planet” Autor: Chris Goodall; Ou simplesmente entre no google e digite “Energias Alternativas”.
Concordo com o Anônimo, hidrelétrica e “ultra” passado. Países europeus têm algumas energias bem mais praticas (em termo de instalação geográfica), rápida de serem implantadas (em relação à duração da obra), bem mais limpas (em termos de emissão de carbono), É não vou nem falar do impacto.
O Brasil começou á algumas décadas a corrida, em busca de um combustível alternativo ao combustível fóssil, veio à pesquisa e investimento no motor a álcool, depois veio o biodiesel. Somos um dos paises do mundo que mais usam o aquecimento solar, (devido à economia financeira, e não a consciência ecológica). Somos de fato inovadores. Mas paramos no tempo, os investimentos em energia alternativa parecem de fato parados.
Estes países estão na nossa frente em energias renováveis por diversos motivos, mas talvez o principal seja; Eles não têm o recurso hídrico que nós temos. "E a necessidade que faz o sapo pular”
Todas as opções a hidrelétricas talvez sejam mais caras, (este e o principal argumento do nosso governo). Pensando assim não si leva em conta o impacto. “São as regras”, como você diz. Concordo com o Anônimo; A questões que não são para a população fora das grandes corporações. Leia: (Confissões de Um Sabotador Econômico).
Alguém tem de comprar a produção das fabricas de cimento.