Triste Notícia

A obras do Rodoanel, em São Paulo, ainda nem foram finalizadas, mas já deixam seu saldo ecológico negativo. Mais de cem animais silvestres já morreram desde o início das obras de construção do Trecho Sul do Rodoanel, em áreas de Mata Atlântica. Parte era de espécies ameaçadas de extinção.

São veados catingueiros, macacos bugios, preguiças de três dedos, lagartos teiús, gambás, cobras, corujas orelhudas e várias outras espécies que não foram objeto de um plano de manejo de fauna e acabaram sendo vítimas de ferimentos ferimentos graves ou sofreram estresse profundo - que resultaram em morte. Entre as causas dos óbitos, está o contato dos animais com os fios de alta tensão.

A Polícia Ambiental encaminha alguns animais para veterinários particulares ou para um santuário localizado na zona oeste da Região Metropolitana, outros são leavdos pela empresa responsável pelas obras, para o atendimento veterinário em parques - Pedroso, em Santo André, Estoril, em São Bernardo, e Ecológico do Tietê, em São Paulo -, ou encaminhados à Secretaria Municipal do Verde da capital.

E o mais grave é que Marcelo Arreguy Barbosa, gerente ambiental da empresa DERSA descarta o crime ecológico nas obras do Rodoanel, uma vez que a empresa, segundo ele, está preparada para executar o projeto de manejo de animais silvestres. Para ele, a culpa pelas mortes é da natureza e o empreendimento deve ser isentado de imperícia ou negligência.

Devemos rir ou chorar dessa alegação do funcionário da DERSA? Eu particularmente fico tentando entender onde entra o IBAMA nessa história, ou o órgão ambiental de São Paulo, que deveriam estar fiscalizando a execução do plano de manejo de fauna proposto antes da concessão da licença prévia para a execução das obras. Se é que de fato existe um plano.

Fonte: www.estadão.com.br