Ambientalistas alertam que a proposta de reforma do novo Código Florestal amplia a chance de ocupação de áreas de risco, uma das razões das mortes causadas pela chuva no Sudeste, principalmente na região serrana do Rio de Janeiro. O relator da revisão do Código Florestal, Aldo Rebelo (PC do B-SP), nega que o projeto trate de regras nas cidades. O texto, porém, cita a regularização fundiária de áreas urbanas.
A senadora Marina Silva (AC), candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República nas últimas eleições, declarou que considera a tragédia do Rio de Janeiro consequência do desrespeito do homem pelos limites da natureza. Marina fez um apelo para que o Congresso Nacional barre a proposta do novo Código. "Não se pode mudar o Código Florestal permitindo que as pessoas façam construções e edificações nas áreas de preservação permanente", disse a senadora.
Marina alertou que está na hora dos governantes olharem esses acontecimentos não apenas como catástrofe, mas com olhar preventivo. A senadora ainda defendeu a criação de sistema de alerta nas áreas de risco, aprofundamento dos mapas que apontam áreas mais vulneráveis, cumprimento dos planos diretores das cidades e integração entre alta tecnologia e os procedimentos de emergência em situações como as vividas no Rio. "Não podemos tratar com medida provisória perdas que são eternas", completou.
O texto que propõe a reforma do Código Florestal, em tramitação no Congresso, não considera topos de morro como áreas de preservação permanente, o que libera a construção de casas em áreas de alto risco. O projeto reduz ainda a faixa de preservação nas margens de rios. As conseqüências das alterações propostas podem ser entendidas na ilustração abaixo:
A pergunta que fica no ar: Será que o Aldo Rebelo não sente vergonha de uma proposta tão absurda?
Fonte: AMDA
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