terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

EUA e o pós-Kyoto


Em entrevista para a Folha de São Paulo, Daniel Esty, membro da equipe de transição de Obama para energia e ambiente, afirmou que os EUA estarão representados na conferência do clima deste ano em Poznan, Polônia, onde haverá um debate sobre o novo acordo global para limitar a emissão dos gases do efeito estufa.

Segundo Esty, os EUA pressionarão para que países emergentes, como o Brasil, assumam metas obrigatórias de redução de emissões. Além disso, afirma que não há perspectiva de que o novo governo dos EUA ratifique o Protocolo de Kyoto na conferência do clima já ocorrida em Poznan, mas que haverá um novo olhar para o pós-Kyoto.


Esty defende que o próximo tratado terá de ter várias coisas bem diferentes de Kyoto, começando por uma revitalização do princípio central, o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Comuns porque cada país deve assinar compromissos obrigatórios e diferenciadas porque o nível de redução variará de país a país.

Nos EUA e na União Européia espera uma redução substancial de emissões em relação aos dias atuais. No que diz respeito aos países em desenvolvimento, espera que a trajetória de crescimento seja reduzida.


Relembrando Kyoto...


Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012.


As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a União Européia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%.


Países em franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e principalmente a China, não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.


O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas estabelecidas o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, se desligou em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.

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